As batatas
Sem apelo nem agravo, o Lourinhanense foi a Ourém meter duas
batatas no anfitrião. Ourense.
O Edilásio, beque direito dos forasteiros, foi o herói
imprevisto do embate da primeira mão dos 128 avos da copa lusitana.
Ao meter as tais duas batatas, ganhou direito a uma dose
reforçada de empadão, logo após o término do desafio, como que para repor as
batatas metidas.
Já o Celestino da intermediária dos da casa, saiu com uma
batata num olho, fruto do arregaço do ponta Hildebrando, num lance duvidoso no
enfiamento da pequena área adversária, não assinalado pelo juiz árbitro, ao se
aventurar saltando, para dar seguimento a um petardo vindo da bandeirola
direita quando da marcação de um pontapé de canto.
Depois do intervalo, a cozinheira ourense preparou um manjar
para satisfazer os seus e os convidados, entre os quais o tal de Hildebrando que, de brando nada tinha, a não ser o nome que seus pais lhe deram, trinta e
nove anos e 14 dias atrás.
Até o comandante caseiro, ao ser entrevistado para a
imprensa local, passou a batata quente da adversidade do resultado, para os
seus comandados, como se ele nada tivesse a ver com o sucedido.
Vencer a segunda mão por três batatas, para se manter na
copa, era uma tarefa hercúlea, praticamente dada como impossível, em função da
diferença de orçamentos das duas agremiações.
Enquanto isso, os agricultores da região continuaram a
plantar mais batatas, para satisfazer as necessidades básicas de todos, desde
suas famílias até à população local, aumentando assim a sua renda e
contribuindo para o desenvolvimento da economia local.
Numa habitação não muito distante do pelado onde se deu a
contenda, o Hermenegido, que tinha acabado de festejar as suas duas primaveras,
ficou intrigado ao escutar no rádio relíquia do seu avô, aquela prosápia acerca
de todas aquelas batatas. Como é que se metiam batatas num pelado, batatas num olho, e se
passava uma batata quente, ao que o pai boquiaberto revidou: batatas há muitas
meu anjo....
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